.
Visualizações:
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
Três Slashers da última semana!
Olá a todos, fiquei um bom tempo sem atualizar o blog devido a correria de estudos, trabalho e vida social, mas sempre que sobra tempo para conferir filmes e séries, eu mergulho a fundo e aproveito cada minuto. Então, resolvi tirar a poeira do blog e indicar três slasherzinhos dos anos 80, na sua melhor forma e quando esse subgênero estava em alta. Raramente repetiu o mesmo feito na atualidade, conto nos dedos os slashers que eu realmente amei depois dos anos 2000, ainda fico com os meus queridinhos retrôs, por tudo que envolve: os plots rocâmbolescos, revelações finais ''crocantes''/inventivas e super kitsch, o clima da década, as trilhas sonoras, os figurinos e jovens prontos para cair nas garras de assassinos misteriosos, no campus de universidade, no corredor de colégio, na cabana de acampamento ou até mesmo fatiando belas jovens dentro de uma ''sorority house''. São cenários mais frequentes que compõe essas produções.
Bom, eu assisti esses filmes quando criança, nos anos 90, e eram transmitidos no Cine Trash da Band e no SBT. Bons tempos quando as emissoras tinham variedade de produtos audiovisuais. Sou grato a essas duas emissoras que contribuiram muito para meu entretenimento e tenho orgulho das minhas referências. Enfim, vamos aos filmes marginais, subestimados e esquecidos:
KILLER WORKOUT - 1987
Direção: David A. Prior / Roteiro: David A. Prior
''She was so pretty. Not anymore''
''Dois anos atrás, uma jovem chamada Valerie foi queimada depois de entrar numa máquina de bronzeamento artificial. Agora, sua irmã gêmea Rhonda, é dona de uma academia de ginástica, onde de repente os frequentadores estão sendo assassinados''.
''Killer Workout'' estava na minha lista há muito tempo, então finalmente resolvi assistir, devido algumas resenhas que eu li e atiçou ainda mais a minha curiosidade. Lembro de poucas coisas, foi praticamente inédita e tinha comigo que assistir depois de adulto seria muito divertido. Foi isso que aconteceu. Essa obra é uma bagunça, com situações forçadas e aleatórias, lutas de personagens masculinos totalmente coreografadas e a forma que o assassino mata e o objeto utilizado não convence, mas diverte.
A trama quase não chega a lugar nenhum e as vitimas aumentando, a academia seguindo a todo vapor, contando com apenas um detetive bundão e sem graça diante dos fatos. É tudo deliciosamente datado e o final que não tem cara de final, como se depois da primeira revelação não tivesse mais o que contar, diria que perderam oportunidade de criar um desfecho mais elaborado e inventivo, ficou bem básico, mas não tira o brilho dessa obra como um todo e totalmente marginal. Vale a curiosidade.
Com o advento da “geração saúde”, durante os anos 80, o culto ao corpo e à juventude se tornou uma das manias da época. Não só a cultura das academias de ginástica, mas também o uso de peças de roupas esportivas entraram na moda. A sobreposição de peças no vestuário feminino ganhou as ruas, popularizada principalmente pelo visual de Madonna. O filme retrata muito bem esse universo, é um grande registro de época independente da qualidade do filme.
A protagonista é vivida por Marcia Karr, musa da época e conhecida por fazer parte de outros filmes B: ''Savage Streets'' de 1984, no qual dividiu cena com a icônica Linda Blair, eternizada com a personagem Regan MacNeil em ''The Exorcist'' de 1973. Depois de ''Killer Workout'' ela participou de ''Maniac Cop'' de 1988, outra grande pérola que merece um post no blog e assisti muito no SBT, morria de medo.
Nota: 5/10
FATAL GAMES - 1984
Direção: Michael Elliot/ Roteiro: Michael Elliot, Rafael Buñuel e Christopher Mankiewicz.
''Is winning worth killing for?''
''Is winning worth killing for?''
''Uma equipe de estudantes se prepara para competir nos Jogos Olímpicos, mas à noite, durante os treinos, uma misteriosa figura encapuzada começa a matá-los usando um dardo de competição''.
''Fatal Games'' lembra muito ''Graduation Day'' de 1981,devido ao tema principal, mas FG, acho inferior no seu desenvolvimento e ambos são maravilhosos no plot twist, a revelação dos assassinos é um deleite para nós, fãs de slashers. O filme é difícil de adquirir ou assistir na net com qualidade. Tive que me contentar com um streaming de imagem ruim com cenas noturnas comprometidas. Uma coisa que alguns slashers não se preocupam ou orçamento não ajuda é a iluminação em cenas assim. Viva o blu-ray, eu pude conferir outras obras com o famoso tratamento de imagem, infelizmente ''Fatal Games'' não foi o caso, mas valeu também a curiosidade. Tem correria, gritos, locais escuros e vazios e a morte da primeira vítima é engraçada, além de acontecer do nada, o efeito estraga um pouco. É um slasher padrão, consegue instigar em alguns momentos com uma revelação criativa. Se comparar com ''Killer Workout'', ''Fatal Games'' é bem direto, com início, meio e FIM!
Capa do VHS. |
Nota: 6/10.
THE INITIATION - 1984
Direção: Larry Stewart / Roteiro: Charles Pratt Jr.
''Stay young and die young''
''Stay young and die young''
''Uma jovem está entrando para a fraternidade de moças da universidade. O trote (ou ''iniciação'') será passar a noite dentro de uma enorme e escura loja de departamentos. Ali, um psicopata misterioso vai fazer a festa com os jovens que só pensam em transar e entrar em lugares escuros''.
Diante da sinopse parece ser um filme estúpido e clichê. É clichê, apenas, a história desenvolve de maneira interessante e vai além, não vejo os elementos de forma gratuita. Dos três slashers do post, ''The Initiation'' foi o que eu mais gostei. Lembra um pouco o famigerado ''Happy Birthday To Me'' de 1981, na sua pegada psicológica, com a protagonista sofredora de uma perturbação e conta com a ajuda de um profissional. O desenvolvimento é bacana e o filme conta com duas partes. Na primeira você conhece Kelly Fairchild, uma jovem que sofre com pesadelos de um passado traumático e um dos professores tenta solucionar a mente problemática da garota usando métodos ainda não convencionais para a época, no porão da universidade.
Na segunda parte é o trote com as meninas, todas vão para o imenso shopping center passar uma noite. O local pertence ao pai de Kelly, é totalmente atmosférico e rende momentos de suspense, graças a arquitetura estranha do local. Foi filmado no Dallas Market Center, o shopping existe até hoje. Na época era ainda mais climático. Tem vários andares, elevadores antigos e as decorações das lojas totalmente kitsch.
Ryan Murphy fez uma grande referência a ''The Initiation'' no episódio ''Black Friday'' de ''Scream Queens'', onde as Chanels saem para fazer compras e ficam presas no shopping, somente elas, no escuro e com o Red Devil a solta. O episódio, alíás, é maravilhoso!
O plot twist de ''The Initiation'' é delicioso e divertido. Tudo que um bom slasher oitentista pede. Pode parecer até simples para a maioria e com o elemento já comum em outros filmes e séries, não somente no terror, mas ao analisar sob uma ótica psicológica ainda mais pela Kelly sofrer com perda de memória faz sentido dentro da mitologia do longa e mantém o ritmo. Tudo se encaixa, você acredita ser uma pessoa e o desfecho joga na sua cara uma bela surpresa que te deixará pensativo. É irresistível!
Daphne Zuniga continua bela e na ativa, participando de seriados.
O longa ainda conta com a Vera Miles, que interpreta a mãe de Kelly e foi uma das atrizes favoritas de Hitchcock na qual participou de Psicose de 1960. Uma grande figura, de peso e só acrescentou ao longa. Despediu-se do cinema nos anos 90.
''The Initiation'' é um clássico cult dos anos 80, que só poderia ter saído dessa década mesmo. Um belo registro de época e do subgênero slasher que merece ser lembrado por todos os admiradores do terror/horror.
Nota: 8/10
That's all, folks! :)
domingo, 13 de março de 2016
O ritmo industrial e o formato antologia nos seriados
Já faz alguns anos que eu venho percebendo uma leve mudança
na estrutura dos seriados. Interessante a ideia dos criadores trabalharem no
formato ‘’antologia’’, que implica iniciar e terminar a trama na mesma
temporada, resultando histórias diferentes todos os anos sem perder o foco do
estilo, seja drama, terror, comédia etc. Ao meu gosto particular por terror, isso me
agradou em cheio, pois em boas mãos a história fica bem contada, e sem
aqueles ‘‘esticamentos’’ que acabam com a essência e proposta inicial da obra.
Nesse ritmo industrial que a TV vem passando e só tem
aumentar, o público mais crítico e com a mente na evolução do audiovisual já
demonstra cansaço com séries que duram nove, dez temporadas e que se desgastam, mas
de alguma forma são rentáveis principalmente quando se trata de atores que tem
nome na publicidade.
Um dos artistas do audiovisual que eu mais admiro na
atualidade é Ryan Murphy e vem trabalhando nesse formato. Seu estilo atual de teledramaturgia
é o terror e ele sempre se renova, isso a meu ver é um
grande exercício de criatividade para uma nova geração moderna e precisamos
caminhar juntos.
Com a nova geração cada vez mais exigente, autor de nome que
é o caso do Ryan Murphy consegue dialogar com o público, vê o que não está
agradando e procura sempre apresentar nas suas obras uma mudança cada vez mais
significativa, tanto para o lado artístico quanto para o comercial. Sua mais
recente obra ‘’Scream Queens’’ é no
formato antologia, uma trama que homenageou ‘’slashers’’ dos anos 80 e inseriu
elementos de comédia (humor negro) e muitas críticas sociais bem apuradas, já
entrou no hall de obras vanguardistas da TV americana e merece sim ser vista por
quem ama teledramaturgia e terror. Junto com essa série, estava no ar também ‘’American
Horror Story – Hotel’’ que foi entregue seu final recentemente e a próxima
temporada já podemos esperar outra história de terror e a grande grife que Ryan
Murphy sempre imprime ao apresentar suas narrativas.
Hoje em dia uma boa história pode ser brevemente contada
independente do seu formato. Uma novela não precisa mais de oito,nove meses no ar, um
filme não tem necessidade de duas, três horas de duração e as séries podem sim cada
vez mais caminhar para as antologias. Só analisar o que vem acontecendo
atualmente com seriados que já deveriam ter finalizados, por exemplo a péssima ‘’Supernatural’’,
a mais que saturada ‘’Pretty Little Liars’’ e a desconstrução de Grey’s
Anatomy. Tudo se perde, pode sim ter uma boa história mesmo com mudanças
através do tempo, mas pode ter certeza que a maioria não se sentirá mais satisfeita,
pelo simples fato de acabar com uma obra visando o ritmo industrial e sua
estabilidade no mercado. O lado artístico sai de cena pra entrar uma (com o
perdão da palavra) bola fecal de empobrecimentos no audiovisual. Retrocesso
puro sem perspectiva de futuro. Não se pode parar no tempo, o mundo segue,
estamos aqui para renovar e criar uma nova linguagem de teledramaturgia e claro,
apoiados no que foram criados nas décadas passadas, os grandes registros de época que
se interligam com as ideias novas.
Não podemos esquecer as mais variadas formas de consumir
teledramaturgia hoje em dia. Até os anos
90 o público tinha somente a televisão para ficar ligado nos filmes, séries e novelas, mas isso mudou. Entramos numa era de muita tecnologia e o uso da ‘’Netflix’’
como um bom exemplo disso que não decepciona. Independente da qualidade de suas
produções, o streaming trabalha com o que vivemos hoje em dia, enfrenta a velha
guarda da teledramaturgia, apenas como um modo de ter um espaço para quem
busca um novo meio de entretenimento, tirando esses padrões que vem se
repetindo durante anos a fio e acaba deixando os telespectadores robozinhos de
uma indústria extremamente comercial.
terça-feira, 10 de novembro de 2015
Top 5: grandes finais de filmes de terror
Concluir uma história, independente do formato que está
inserida é uma tarefa difícil. Normal ser apresentado para os telespectadores,
principalmente dos filmes de terror um padrão de susto, que funciona, mas
também cansa. Valorizar a criatividade, questionar o óbvio é um ótimo meio para
o telespectador estar sempre com a mente ligada na autenticidade, liberdade
criativa, visão critica, e claro, sem deixar de lado o maior motivo de uma obra
de ficção: entretenimento. Não estou fazendo essa introdução só para quem é da
área, e sim serve para nossas vidas, olhar o mundo de vários ângulos.
Eu já comentei em algum post antigo que os filmes de
terror são ótimos para trabalhar a estética, é um mundo de possibilidades e com
uma mente engenhosa resulta em obras
magníficas. Antigamente, os filmes independentes, mais conhecidos como filmes
B, abusavam da criatividade. O lado visual enchia a tela, muitas vezes um fiapo
de história, mas com acontecimentos alucinantes, absurdos, divertidos que deram
a essas obras status de Cult com o passar dos anos. Os realizadores não tinham
recursos tecnológicos de hoje, precisavam se virar para criar um resultado
satisfatório na tela, e conseguiam. Nisso, a criatividade dominava e as obras
nesse estilo podem até serem datadas, mas são grandes registros de época.
Alguns filmes que estão na minha lista pessoal de ‘’queridinhos’’,
possuem finais fascinantes, inventivos e autênticos. Gostaria de dividir com
vocês algumas dessas obras que até hoje mexe com meu imaginário, são aulas para
minha futura carreira no Audiovisual.
5) Friday the 13th – 1980 (Sexta-feira 13 no Brasil)
Eu adoro tudo que envolve ‘’Sexta-feira 13’’, principalmente
a sua concepção. Os realizadores assumiram que só queriam um filme comercial
para lucrar apenas na época de exibição com carona no autêntico ‘’Halloween –
1978’’ de John Carpenter. Conseguiram mais que isso, além do sucesso comercial
com os jovens que adoravam ir no cinema para ver mortes sangrentas, com o
passar dos anos, a obra de Victor Miller e Sean S. Cunningham ganhou status de Cult,
atravessou gerações, serviu de base para os futuros filmes deste estilo e
lançou um dos vilões mais emblemáticos e icônicos do cinema de terror: Jason
Voorhess. Não posso esquecer-me de citar Tom Savini, inventivo e excelente
maquiador/técnico de efeitos especiais que deixou a obra não tão trash, com seu
trabalho realista e chocante para a época.
A seqüência final, depois da grande revelação (plot twist),
a narrativa trabalha um dos elementos mais clichês do terror, mas que aqui,
funciona muito bem: a ‘’final girl’’. A única sobrevivente daquela fatídica
noite de sexta-feira 13 foge incansavelmente das garras de Pamela Voorhess, mãe
de Jason. É um corre-corre delicioso, com direito a tabefes e delírios de uma
mãe doente em busca de uma vingança absurda para o filho. Quando Alice, a
mocinha, pensa que está livre e poderá enfim fazer algo para sair daquele
pesadelo, ela vê Pamela Voorhess refletida na água do lago e começam uma luta
coreografada, totalmente over e divertida. (leia-se aqui: humor involuntário).
Com a possibilidade de um cheque-mate, Alice não perde a oportunidade e vai
para cima da rival e ocorre uma decapitação. Curioso, que o filme terminaria ali,
mas os realizadores buscaram mais, queria que o final desse um susto no público
e então Alice entra na canoa e vai parar no meio do lago de ‘’Camp Crystal Lake’’.
Ao amanhecer, toda esbaforida e esparramada na canoa, ela
avista um carro de polícia, quando pensa que seu pesadelo chegou ao fim, surge
uma criatura deformada e bizarra e a puxa para água; claro que foi tudo um
sonho, Alice acorda no hospital e pergunta da criatura que a puxou, mas o
policial diz que não encontrou ninguém. O filme termina com ela dizendo ‘’He's still there’’. Com tom melancólico, sobe os créditos finais.
A obra abriu a década de 80 com muito louvor, ainda mais se tratando da época de ouro do slasher americano.
4) The Evil Dead – 1981 (A Morte do Demônio no Brasil)
The Evil Dead figura numa das obras mais inventivas do cinema de terror. Não é para menos, Sam Raimi reinventou a fórmula de terror, muito usada depois do lançamento deste filme. Desde como usar uma câmera, ângulos que até hoje não sabemos como ele fez, devido o baixo orçamento e poucos recursos, incluindo uma cadeira de rodas para movimentar câmera e um suporte feito pelo próprio Raimi para criar imagens dos espíritos [em primeira pessoa] andando pelo pântano e atingindo a famigerada cabana do longa.
Sam Raimi tinha algumas regras que seguiu na sua concepção de Evil Dead e seus futuros filmes: os inocentes devem sofrer; os culpados devem ser castigados; deve se provar de sangue para se converter em homem (essa acho bleh); e os mortos levantarão. Nisso, com uma mente extremamente criativa e enfrentando muitas barreiras de uma obra independente e amadora, Evil Dead é um grande exemplo de vanguarda e merece ser sempre visto e lembrado.
No final todos morrem, inclusive Ash. [no segundo filme não é isso que acontece, mas já é outra história, sem ligação com o primeiro]. Depois que todos seus amigos tiveram rostos distorcidos pela possessão, desmembrados em lutas, o grande protagonista até então intocável pelas forças do mal, está diante de um caos ainda maior: corpos entrando em decomposição e sobrando apenas restos mortais com direito a baratas e um stop motion alucinante e MUITO NOJENTO. Só perde para ''Braindead'' de 1992 em nojeira. Ash finalmente ''se livra'' dos demônios, seus amigos também, mas não existe maneira de voltar atrás, eram apenas carcaças na cabana, sem contar uma estraçalhada/enterrada no quintal e sua namorada decapitada.
Amanhece, Ash sai da cabana, lá no fundo um demônio ainda está a solta,[primeira pessoa] passa pelo bosque, entra na cabana, chega a até a porta da frente e ataca o protagonista. Nem ele escapou.
3) I Spit on Your Grave - 1978 (A Vingança de Jennifer no Brasil)
Vingança feminina é sempre muito chamativo, eu particularmente sempre tenho bons olhos para obras assim. Eu adoro ''I Spit on Your Grave'', mesmo com todas suas controvérsias e polêmicas geradas quando se trata de feminismo. Eu confesso que fiquei confuso quanto a isso, ainda procuro clarear minhas ideias, mas aqui quero falar da estética, o impacto que essa outra obra independente do terror (psicológico agora) causou na época e continua incomodando.
Você está numa casa isolada, querendo paz, deixar a liberdade fluir para escrever um livro e sua postura e atributos estéticos chamam atenção de caipiras locais e cada um com assustador desvio de caráter. Nisso, Jennifer se vê dentro de um pesadelo, onde é estuprada e torturada pelos quatro rapazes num clima muito pesado, doentio e sem nenhuma trilha sonora. Todo o abuso é muito realista, chocante e perturbador. Filme seco, violento e com uma narrativa curiosa de apresentar os fatos, eu fiquei paralisado a primeira vez que vi, até por não se distanciar da realidade, já vimos até coisas muito piores nos noticiários.
Claro que Jennifer se recupera e planeja uma vingança para cada um dos rapazes. Quando percebem que ela está de volta naquela redondeza, cada um é atraído por ela, e então recebem seus devidos castigos. Eu esperava mais, porém o filme segue potente na sua proposta.
O filme termina com Jennifer no barco, satisfeita e indo não se sabe para onde. Os créditos estão passando na tela e a cena continua. Acho esplêndido!
2 Sleepaway Camp - 1983 (Acampamento Sinistro no Brasil)
''Acampamento Sinistro'' é um slasher diferente, bonitinho e muito charmoso. A narrativa é bem arquitetada, com bons argumentos no desenvolvimento e muito ''parado'', mas uma lentidão que age brilhantemente dentro da proposta do longa. O filme é conhecido por ter um dos melhores e mais chocantes finais de filmes de terror de todos os tempos. Eu ADORO, ainda mais com uma trilha sonora maravilhosamente datada dos anos 80. Angela figura numa das personagens mais emblemáticas da época de ouro do slasher. Arrisco comentar que não cabe muito entendimento, eu apenas super indico e tirem suas próprias conclusões. Assistam com a mente aberta e com muita boa vontade de refletir. Mais um belo caso de vanguarda. É insano! Um ótimo exercício mental! Talvez sua proposta maior na resolução seria mexer com nossos sentidos, uma arte sensorial! Não colocarei links aqui, vocês precisam acompanhar a trama desde o início, o resultado final para ser do jeito que eu citei a cima depende de toda linha de desenvolvimento. O filme teve outras sequências, que eu achei extremamente desnecessárias, é mais um caso que eu fico só com o primeiro filme.
1) The Texas Chain Saw Massacre - 1974 (O Massacre da Serra Elétrica no Brasil)
''O Massacre da Serra Elétrica'' ainda assusta, perturba e sua trama chocante faz deste longa um dos melhores filmes de terror de todos os tempos. Desde sua atmosfera, até a cena mais explicita de tortura e morte. É mais um filme de terror independente, com muita liberdade criativa e uma direção que coloca o telespectador em uma trama que causa agonia, sustos fora de padrões, suspense de deixar o coração na boca e toda uma carga de sentimentos mais avassaladores que do ser humano. Eu adoro este filme, as outras versões não me cativaram, falta a autenticidade que só Tobe Hooper soube dar a esse caso fictício extremamente doentio e um brilhante filme de terror que jamais será superado.
O filme foi filmado em 16mm e convertido para 35mm, deixou o clima ainda mais realista e com aspecto amador. O diretor aproveitou isso e usou para instigar ainda mais o público. Na sequência final, nota-se muito mais esse clima, tudo acontece tão real, você torce pela mocinha, apesar do óbvio de sobrevivência, mas a forma como é apresentada é de uma genialidade rara, tudo bem costurado e lindo de se ver. No final, muitos dão um sorrisinho de felicidade pela protagonista. Uma aula de terror!
No final, a mocinha escapa da casa onde estava sendo torturada pela família do Leatherface e sai correndo. Leatherface vai atrás dela, com outro da família, esse é atropelado por um caminhão, o motorista percebendo toda situação, sai e quase vira vítima do psicopata. Muitos gritos, pernas machucadas impossibilitando uma fuga maior, o barulho da motossera, tudo deixa essa esquizofrenia ainda mais alucinante. Surge uma caminhonete, a mocinha sobe e escapa de Leatherface, o deixando muito zangado por uma 'missão' não concluída, sozinho e a motosserra expressando sua fúria. A felicidade da mocinha é contagiante! Ela está feliz e apavorada ao mesmo tempo, interpretação magistral de Marilyn Burns, (In memoriam). <3
ps: Martyrs de 2008 foi uma grande surpresa para o mundo! Final extremamente inovador e chocante. Fiz um post alguns meses atrás que eu comento sobre esta obra. Dêem uma conferida. Reservei esse espaço para os antigos do meu coração! :)
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
Texas Chainsaw, O Massacre: narrativa potente e desperdiçada
''Family's a messy business. Ain't nothing thicker than blood''
Quando o filme foi lançado em 2013, eu torci o nariz, não é novidade para ninguém que não costumo ficar satisfeito com sequências mercenárias de filmes de terror, raramente surge alguma boa surpresa nos dias de hoje. Sou do grupo que 'sempre fica com o primeiro filme'. Eu já estava por dentro das principais críticas deste longa, e então eu me deparo com a declaração de Tobe Hooper, diretor e criador do original que adorou e achou ‘’tão
aterrorizante’’ quanto a sua própria obra. Isso me deixou espantado, foi então que eu decidi dar o play em 'Texas Chainsaw'. (3D, bléh)
O filme teve a difícil missão de continuar a história do
clássico de 1974, exatamente do ponto onde parou. A mocinha, vivida por Marilyn Burns (in memoriam) escapa do Leatherface numa das cenas mais icônicas do cinema de terror. Com a criatividade de Hooper, o filme ganhou o merecido status de cult, uma grande obra independente totalmente imbatível, atemporal e assustadora.
Com essa premissa inicial, o filme faz uma belíssima introdução apresentando cenas do filme original, com os fatos principais. Assim que a fuga da mocinha se concretiza, Texas Chainsaw inicia onde tudo parou e um carro de polícia a toda velocidade indo em direção a casa do vilão. Confesso que fiquei emocionado. Ali criei muitas expectativas.
Toda reconstrução de época (1974) foi eficiente, incluindo o famigerado balanço que fica na frente da casa. Neste ponto de partida foi essencial para ficarmos por dentro de tudo que estava para acontecer e grande jogada da trama: uma sobrevivente, depois criada sem saber que pertence a essa família assassina e então a grande mocinha de Texas Chainsaw.
Dias atuais, agora eu preciso detonar a ambientação. A protagonista tem no máximo 20 anos, a grande chacina aconteceu em 1974 e teriam que estar em 1994, mas resolveram colocar os personagens exatamente nos dias de hoje, com todas as modernidades incluindo um iPhone para filmar cenas de crimes. Totalmente anacrônico, mas consegui ignorar e focar na até então trama em potencial.
O longa fez referências ao original, quem assistiu
e gosta/ama, vai sacar na hora. Todas as inserções foram sutis. Conforme a trama vai desenvolvendo, vai esvaindo grandes possíveis momentos naquele cenário assustador e totalmente atmosférico. Tudo começou interessante, porém faltou sal, ser mais potente e não
ter se perdido em cenas longas e desnecessárias da metade pro final. Para mim, o
filme funcionou até a sequência do parque de diversões.
O plot twist acontece no terceiro ato, com a mudança de comportamento da mocinha e todos os envolvidos na atmosfera inquietante de Leatherface. Então os fatos do longa já não apresenta mais nada que uma trama boba e totalmente passatempo. Para quem ficou chocado com a cena doentia que um dos amigos da protagonista é partido ao meio, ainda vivo, tudo que acontece depois se torna banal. Esse foi um dos pontos que causou repulsa até em mim, um fã fervoroso do clássico. Um ponto positivo no universo do terror, que dificilmente funciona na atualidade e esse filme conseguiu impressionar em alguns momentos. Uma pena que os realizadores caíram na infantilidade de se preocuparem mais no impacto de 'terceira dimensão'.
O filme até a metade me causou um certo pânico, medo e muita tensão. Não tinha muita
novidade, mas bem arquitetada usufruindo de tudo que a modernidade tem para criar efeitos gráficos e chocantes, que manteve um bom nível de adrenalina angustiantes e com pitadas de suspenses padronizados que bem trabalhados, ainda funcionam.
O final foi um grande acerto de contas em família, fiquei
pensativo e cheguei a conclusão que não gostei. Reconheço que fugiram do
convencional, a mocinha se mostrou dúbia, mas por se tratar da lenda de Leatherface eu
não queria que tivesse tirado a essência da obra. Independente de seu funcionamento, achei bravo a intenção e métodos de encantar novas gerações que consomem remakes e a maioria hoje em dia com preconceito de filmes antigos, totalmente sem referências vomitando senso comum.
Enfim, o estúdio tem contrato para mais 7 obras, só querem ganhar dinheiro em cima da criação de Tobe Hooper. Com toda minha chatice, na minha visão particular Texas Chainsaw foi um pouco diferente, me prendeu, mas faltou potencia (adoro essa palavra) no plot.
Nota 6,0
Assinar:
Postagens (Atom)